Na aula do dia 29 de julho tivemos a grande oportunidade de ouvir uma palestra da Profa. Dra. Eliane Gonçalves da Costa que abordou o tema muito importante e interessante do interseccionalidade, falando também do movimento feminista e do movimento feminista negro e de lugar de fala.
Para falar de interseccionalidade, devemos primeiro discutir lugar de fala e feminismo. Lugar de fala, de acordo com Bakhtin em sua obra Marxismo e Filosofia da Linguagem (1981) e como explicado pela palestrante é onde os discursos são produzidos sendo a fala política. Portanto existentes vários lugares de fala, porém eles não servem para serem superiores a outros discursos, muito pelo contrário, ao aceitar a diversidade dos discursos que se entende que eles vem das diferentes realidades das pessoas, todos tem o seu lugar, porém nem todos têm o privilégio de discutir perante os outros ou de serem ouvidos, passando assim a não existir. Por isso é tão necessário garantir o acesso aos meios de comunicação para toda a população, para que essas pessoas passem a existir.
A luta feminista é um exemplo de esforço para garantir seu lugar de fala perante a sociedade, porém dentro da luta feminista existe outra que se assemelha porém difere ao mesmo tempo da mesma, sendo essa essa o movimento feminista negro, onde as mulheres justamente por serem pretas sofrem coisas que outras mulheres não sofrem e que, por isso, o movimento feminista no geral não dá tanta importância em sua luta.
A interseccionalidade vem portanto justamente dessa necessidade de entender a luta que os oprimidos devem travar, porém não exatamente a luta é a mesma, sendo necessária essa perspectiva interseccional para entender melhor o assunto. Se entende então que para ter um escopo interseccional de uma pessoa, se deve levar em consideração os conceitos de raça, gênero e orientação sexual, juntando esses conceitos pode-se se entender suas lutas. Uma mulher branca cis gênero e lésbica tem um lugar de fala e lutas diferentes de uma mulher preta trans gênero e heterosexual.